quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Para cientistas, país precisa reorganizar matriz energética

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Carros no trânsito: país precisa diminuir a participação dos combustíveis fósseis, dizem cientistas


Elton Alisson, daAGÊNCIA FAPESP


São Paulo – As metas de redução das emissões de gases de efeito estufa (INDC, na sigla em inglês) que o Brasil levará à 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em dezembro, em Paris, apresentadas no domingo (27/09) pela presidente Dilma Rousseff, são avaliadas como ambiciosas por cientistas das áreas de mudanças climáticas e de bioenergia.


O objetivo estipulado de reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa do país em 2025 (para 1,3 gigatonelada de CO2 (GtCO2e) – e 43% (para 1,2GtCO2e) em 2030 tendo como base o ano de 2005 – quando as emissões de CO2 no país atingiram o pico de 2,1 GtCO2e – dependerá de um redimensionamento da matriz energética brasileira, diminuindo a participação dos combustíveis fósseis, avaliaram.

“O tempo do corte barato das emissões de gases de efeito estufa pela redução do desmatamento está acabando”, disse Gilberto Câmara, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), à Agência FAPESP

“Agora, a redução das emissões de gases de efeito estufa pelo Brasil dependerá da descarbonização da economia. 

E, para isso, será preciso fazer um grande esforço para reduzir as emissões do setor de energia”, apontou Câmara, que é membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Uma das metas da INDC brasileira é fazer com que, até 2030, 45% da matriz energética brasileira seja composta por fontes renováveis. Apesar de louvável, a meta é considerada conservadora.

“A matriz energética brasileira é composta hoje por 40% de energias renováveis, enquanto a média dos outros países é de 13%. 

A ambição do país, contudo, teria que ser atingir 60% em 2040”, apontou Câmara.

Uma das medidas estipuladas na INDC brasileira para atingir a meta de alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética até 2030 é aumentar a parcela de participação de fontes eólica, biomassa e solar no fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030.

Outra medida é incrementar a participação de bioenergia para, aproximadamente, 16%, expandindo o consumo de biocombustíveis, aumentando a oferta de etanol – inclusive por meio do aumento da parcela de biocombustíveis avançados (segunda geração) – e a parcela de biodiesel na mistura do diesel.

A participação da bioenergia na matriz energética brasileira, entretanto, poderia ser muito maior se houvesse incentivos econômicos e políticos adequados, avaliam pesquisadores da área.

“O Brasil poderia dobrar a capacidade de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, por exemplo, porque o setor está com capacidade ociosa. 

Mas, para isso acontecer, são necessários incentivos adequados”, afirmou Gláucia Mendes de Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

De acordo com Souza, a substituição da gasolina por etanol da cana no Brasil possibilita hoje a mitigação de 50 milhões de toneladas de CO2 por ano.

O aumento da participação do etanol de cana e de outras fontes de energia derivadas do uso de biomassa na matriz energética brasileira possibilitaria reduzir ainda mais as emissões totais do país, avaliou.

“Estamos perdendo uma grande oportunidade de aumentar e diversificar a matriz energética brasileira com opções de energia derivadas de biomassa, que abrangem biocombustíveis, biogás e bioeletricidade”, afirmou.

“Não há muita alternativa para diversificar a matriz energética brasileira que não seja o uso da biomassa, e o Brasil já está fazendo isso há muitos anos e é algo que sabe fazer”, avaliou.

Na avaliação de Câmara, o fato de o Brasil já ter um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de biocombustíveis no mundo – incluindo a cogeração de energia elétrica a partir da biomassa –, pode facilitar o aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira e contribuir para a “descarbonização” da economia do país.

Esse processo, contudo, será muito mais difícil do que a redução do desmatamento da Amazônia porque o custo será mais alto, avaliou.

“O que será feito com o pré-sal, que tem a estimativa de produzir 6 milhões de barris de petróleo por dia em 2020, se quisermos descarbonizar a economia brasileira?”, apontou.

Na opinião de Paulo Artaxo, professor do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP, para promover o redimensionamento da matriz energética brasileira e possibilitar que a meta de redução de GEE estipulada pelo Brasil seja atingida, será preciso, além da alocação de recursos financeiros, a implementação de políticas públicas eficientes.

“A meta brasileira é factível, mas dependerá de legislação forte e clara, privilegiando o uso de energias renováveis, como a eólica e solar”, afirmou. 

“Também será preciso aumentar a eficiência energética na indústria”, apontou o pesquisador, que também é membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

A COP21 será ainda objeto de debates na FAPESP. No próximo dia 7 de outubro, das 8h30 às 12h30, será realizado o encontro 

"A ciência da sustentabilidade na FAPESP", quando serão apresentados resultados científicos dos programas Mudanças Climáticas, BIOTA e BIOEN relativos aos temas e desafios que serão debatidos na COP21.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Energia de forma mais eficiente afirma especialista


Foto: Reprodução
                                            Foto: Reprodução

Catequizar a população brasileira a consumir menos energia elétrica não deve ser prioridade do governo nem das concessionárias de energia elétrica. 

Segundo o especialista em regulação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), Daniel Vieira, que participou do último dia de congresso na Latin American Utility Week – evento voltado para o setor de utilities, que aconteceu em São Paulo de 23 a 25 de setembro – o prioritário para o país é concentrar esforços e investimentos no ganho de eficiência na geração e no consumo inteligente para resolver a lacuna existente na demanda energética dos estados brasileiros.

Na visão de Vieira, o Brasil precisa de mais qualidade de serviço, redução de perdas e diminuição dos picos de consumo para atingir um nível aceitável e mais inteligente. 

“Necessitamos ampliar as fontes de energia. Sair do lugar comum em termos de geração de energia eólica, biomassa, solar, hidráulica e termoelétrica. Temos que regulamentar novas formas de produção, como a de força motriz humana ou a geração distribuída em um condomínio, por exemplo”, destacou.

Recentemente, depois de diversas audiências públicas, a agência chegou a uma definição para a regulamentação da mini e microgeração distribuída, que beneficia quem produz sua própria energia e pode ser bastante atrativa financeiramente. 

“Se você tem uma forma de geração de energia na sua casa, como a solar, por exemplo, e produz 300 kw, consumindo no total 500 kw ao final do mês, sua conta será referente a 200 kw. 

Caso a situação seja inversa, o produtor fica com créditos de consumo válidos por 36 meses para usar quando quiser, ou até mesmo para utilizar em outro imóvel que seja abastecido pela mesma companhia elétrica”, explicou.

O gerente de Medição da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), Dalmir Capetta apresentou aos participantes do congresso um comparativo que exemplifica que a demanda brasileira é por mais eficiência: o país consome, atualmente, cerca de 2 mil kilowatt/hora per capita, enquanto que os Estados Unidos apresentam um consumo de 13 mil kwh. 

“Se formos comparar, só o estado do Texas consome aproximadamente o equivalente ao que é consumido em nosso país inteiro. Nosso problema está na geração, na transmissão e na medição”, disse.

Cidades inteligentes - Durante os três dias de evento, mais de 80 pales tras e 130 pales trantes ofereceram conteúdo exclusivo para os participantes. 

E os temas cidades e redes elétricas inteligentes, bem como o espaço e o futuro da internet das coisas, também foram alvos de debates no último dia de LAUW.

Para Bernardo Charnis, con sultor da Smart Cities and Broadband Projects Consulting, é preciso uma mudança cultural e política para o desenvolvimento das smart cities.

”É necessário mostrar ao cidadão e ao poder público sua importância”.

Um dos casos apresentados na pales tra da Sonda Utilities demonstra exatamente esta mudança de paradigma em relação as cidades inteligentes. “Um dos nossos clientes, a Copel – Companhia Paranaense de Energia, adotou um sistema que utiliza a mesma rede para atender três empresas de medição diferente, em variados segmentos, como energia e gás. 

Além disso, eles tiveram participação na reconstrução de São Luís do Paraitinga, devastada pela chuva e já adotou o conceito de cidade inteligente controlando iluminação pública e medição de energia pela mesma rede”, explicou o gerente de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Antonio de Arimateia.

Consumidor Final - Conectividade aplicada ao cotidiano do usuário, associada às tarefas cotidianas, à segurança e ao monitoramento foi o assunto do painel “Casa Conectada”, do qual participaram o gerente de Soluções da Ericsson, Alberto Rodrigues, a gerente de Medição e Tecnologia da Elektro, Lorena Teixeira, o diretor Comercial da AES Eletropaulo, Ederson Souto e o gerente de Produtos da América Latina da D-Link, Rodrigo Paiva. 

“Um estudo mundial apontou que seis em cada 10 pessoas demonstram interesse em viver em uma casa conectada, onde é possível controlar questões como segurança e gastos de energia”, afirmou Rodrigues, que explicou, ainda, que por enquanto a tecnologia enfrenta barreiras como os altos custos.

Para Lorena Teixeira, o conceito mudaria a forma de relacionamento entre consumidor e fornecedoras de energia. 

“Ele poderia acompanhar de perto tudo o que acontece e, ao final do mês, a conta de luz deixaria de ser uma surpresa”. De opinião semelhante, Souto destacou que a aproximação com o cliente seria positiva, auxiliando na economia de custos.

Eficiência - Destacando dados do aumento de projetos de eficiência energética e consciência do consumidor, Alexandre Schinazi, o diretor de Auditoria Energética da Mitsidi Projetos, apontou problemas de consumo como custos de energia, poluição da matriz energética e necessidade de manutenção e retrofit. 

O uso de medidores inteligentes em larga escala e a expansão da energia fotovoltáica e microgeração poderiam, na visão dele, acelerar as mudanças estruturais com impactos de curto e longo prazo.

Na pales tra “Perspectivas e Barreiras para o Avanço da Geração Solar Fotovoltáica Distribuída e Eólica no Brasil”, o diretor-presidente da Axis Renováveis, Rodrigo Marcolino deu um panorama a respeito dessa fonte de energia e explicou seus principais obstáculos. 

“Enfrentamos problemas de mão de obra, financiamentos, taxas e falta de fornecedores com forte presença no mercado nacional.

Novas tecnologias e equipamentos mobilizam mercado 
Lançamentos para atender as novas regulamentações dos órgãos regulatórios, softwares de última geração para leitura de dados, combate de perdas e consumo mais eficientes. 

Este foi o cenário apresentado pelas mais de 70 marcas nacionais e internacionais que participaram da LAUW e da Energen Expo.

Entre as empresas que trouxeram novidades estava a líder mundial na fabricação e comercialização de soluções em medição de energia elétrica do país, a Elster. 

No evento ela divulgou uma de suas principais soluções, o sistema de medição centralizada Garnet, uma solução AMI (Advanced Metering Infrastructure) que permite à distribuidora acessar remotamente o ponto medido para desligá-lo ou religá-lo, sem a necessidade do deslocamento de um profissional. 

As vantagens são redução dos custos operacionais da concessionária e dificuldade de acesso ao medidor, evitando fraudes e diminuindo em até 90% as perdas de energia. “Consideramos este o principal evento para nossa empresa e utilizamos este momento para despertar o desejo dos nossos clientes e também sanarmos as dúvidas ao vivo que, às vezes, não podem ser solucionadas por telefone”, disse o CEO da empresa, Hugo Lipper.

A executiva Jussara Aguiar, diretora da Utili, empresa fornecedora de serviços de manutenção elétrica, compensação de reativos, sistemas de comunicação, teleproteção, inspeção e calibração de medidor de energia, também destacou a importância de encontrar seus clientes aqui na feira. 

“É o sexto ano que participamos e consigo aqui realizar diversos contatos comerciais, evitando o custo de viagens pelo país. O público que participa do evento é bastante selecionado e a qualidade do networking é intensa”, contou.

A CAS Tecnologia apresentou na feira duas novidades: os aplicativos MOBii e o Athena, ambos voltados para as concessionárias de água, energia e gás. Destaque para o MOBii Minha Conta, que será lançado em dezembro, e é direcionado para o consumidor final, que poderá conferir por meio de tablet ou smartphone o desempenho do consumo da residência. 

O gerente de Marketing da CAS, Octávio Brasil, contou que o evento é um bom momento para obter contatos e prospectar novos clientes.

Líder global no fornecimento de produtos integrados de gestão de energia, a Landis+Gyr, trouxe a sua nova geração de medidores E650/E750, destinados a consumidores comerciais e industriais. 

Os novos equipamentos oferecem várias possibilidades de comunicação e são multitarifa, com quatro quadrantes, e dependendo da configuração com 15 a 48 canais de memórias de massa

Visitação qualifica networking durante a LAUW 
O responsável pelo setor de leitura e entrega de contas da Companhia Elétrica do Ceára, Marcio Almeida, visitou a LAUW pela primeira vez e encontrou entre os expositores do evento exatamente as soluções que precisava para dar continuidade aos projetos que desenvolve atualmente. 

“Tive a oportunidade de prospectar todos os fornecedores que precisava, como os de coletores, impressoras, equipamentos técnicos e até os que estávamos precisando homologar. 

Estive pre sente nos três dias e pude conhecer tudo, foi uma ótima oportunidade para acompanhar pales tras técnicas e absorver conhecimento”, reforçou.

Para o coordenador de TI da Tecplam, Anderson Cleiton, a feira trilha o caminho do sucesso. “Eu já estive pre sente como expositor em outros anos e desta vez participei como visitante, acho o evento muito interessante para o setor e com soluções diversas. Além de ser uma feira muito bem organizada”, contou.

O diretor da LAUW, Sérgio Jardim, afirma que o evento manteve a mesma qualidade do ano passado em termos de volume de expositores e área de exposição, o que ratifica o compromisso das empresas do setor com o desenvolvimento e capacitação do setor elétrico. 

“Considerando todas as dificuldades do ano, conseguir reunir um grupo de empresas de relevância, como as que participaram da feira, é um feito que reforça o potencial de desenvolvimento deste setor no Brasil”, afirmou.

Em 2016, a LAUW acontece de 13 a 15 de setembro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

98% da energia produzida no mundo é desperdiçada

O Índice de Prosperidade económica e Produtividade Energia 2015 é o primeiro relatório mundial classifica os países por sua produtividade de energia em termos de desempenho económico por unidade de energia consumida. 

Ele foi encomendado pela Royal Philips e desenvolvido pelo Conselho de Lisboa, Ecofys e Quintel Intelligence.


Os seus resultados revelam que 98% da energia produzida no mundo édesperdiçado, o que é consistente com a baixa taxa actual de melhoria da produtividade de energia de 1,3% em todo o mundo. 

O relatório em comparação com a situação o processo de ebulição de um ovo, em que apenas 2% da energia consumida está envolvida na geração do ovo, enquanto que toda a energia remanescente é desperdiçado explicado.

O índice percebe o enorme potencial das sociedades para melhorar o desempenho económico e estender os benefícios ambientais e sociais, melhorando a produtividade da energia. 

A este respeito, hoje a empresa Phillips disse em um comunicado que apenas um pequeno aumento na produtividade poderia impulsionar a economia, criar empregos e ajudar a salvar o meio ambiente.

Segundo o relatório, o simples fato de ir de 1,3% a 3% na taxa de produtividade energética globalreduziria a factura global de combustíveis fósseis em mais de $ 2000000000000 até 2030 e criar mais de 6 milhões de postos de trabalho em 2020. 

Mas como conseguir isso? 

A solução está ao alcance de nossas mãos, o aumento do investimento nas tecnologias energéticas, por exemplo, aplicado a edifícios com aparelhos energeticamente eficientes, iluminação LED e espaços de isolamento ajudar areduzir em um terço da energia total bill.


O Índice de Prosperidade económica e Produtividade Energia 2015 classifica os países em termos de PIB produzido para cada unidade de energia que consomem. 

Isso é diferente de eficiência energética, o que significa usar menos energia para fornecer o mesmo serviço.

Hong Kong no topo da lista, com uma produtividade de energia de 456 bilhões de euros de PIB por hexajulio (um quintilhões – 1018 – joule) consumido. 

A Colômbia ficou em segundo lugar com 330 bilhões de euros de PIB por hexajulio; e continuará Singapura, Suíça e Peru.

Enquanto isso, o Reino Unido está classificado 26, atrás de países como Sri Lanka, República Dominicana, Gabão, das Filipinas e da Albânia. 

Outras nações líderes foram deixados para trás na Alemanha colocado 35, Países Baixos 40, Japão 51, França 56 e Índia 72.

No caso de os EUA, que se comprometeu a duplicar a sua produtividade de energia em 2030, está na posição 87. 

A China é classificada como 111 e 114 na Rússia – dois países com produtividade energética muito abaixo da média mundo 143 bilhões de euros.

O relatório adverte que a atual taxa de melhoria na produtividade da energia – cerca de 1,3% por ano em todo o mundo – é muito lento para manter o ritmo com a crescente demanda por energia.

Da mesma forma, a maioria dos ganhos de produtividade de energia terá que vir de melhorias em edifícios residenciais e não residenciais.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Energia não precisa ser um custo fixo



Desperdício chega a 2/3 de cada quilowatt produzido

Os CFOs e CEOs enfrentam despesas crescentes atualmente. 

Os custos de energia em elevação estão entre as despesas que crescem mais rapidamente, e podem ser responsáveis por até 80% dos gastos operacionais e de manutenção em uma indústria.

Identificar ineficiências energéticas, assim como oportunidades para melhorar a eficiência operacional, deveriam ser priorizados para reduzir despesas, além de atender padrões regulatórios, se o objetivo é seguir competitivo. 

As organizações teriam inúmeros benefícios ao se concentrarem em entender melhor as demandas de energia e capacidades de conservação, inclusive a mudança de comportamentos, e em desenvolver e comunicar uma estratégia abrangente de sustentabilidade para todo o negócio.

Estudos recentes mostraram que os EUA desperdiçam dois terços de cada quilowatt produzido. No mundo todo, a energia é desperdiçada em uma porcentagem similar. 

Reduzir a demanda e melhorar a eficiência operacional para uma ampla gama de equipamentos usados na operação das instalações e processos de manufatura são as formas mais diretas e econômicas de economizar energia. 

Essa abordagem também é adequada para resolver nossos problemas energéticos e ambientais pelos próximos 40 anos, até que haja um avanço mundial em termos de energia limpa, confiável e escalável.

Para identificar as causas do desperdício de energia, as organizações podem optar por soluções de gerenciamento para ajudar a determinar o uso de energia em seus recursos operacionais como parte integrante do gerenciamento diário dos seus ativos.

A visão tradicional do impacto financeiro acerca do uso de energia era a de um custo fixo dos negócios. Mas essa visão está mudando conforme as empresas cada vez mais percebem o uso da energia como uma função baseada em recursos, focalizando na eficiência individual dos recursos para determinar os custos. 

Já não é suficiente olhar para o estoque excessivo, tempo de inatividade e outros fatores materiais para reduzir o desperdício global sem integrar o desempenho energético nesse mix.

Uma abordagem de boas práticas para o gerenciamento de recursos, chamada de sustentabilidade global de recursos, proporciona uma definição de eficiência clara e abrangente. 

Essa prática ajuda não apenas a gerenciar os recursos para obter um desempenho ótimo, mas também a impulsionar melhores resultados em toda a organização.

A adoção de tecnologias de gerenciamento de recursos empresariais (EAM) nas empresas permite projetar a importante tarefa de sustentabilidade global de recursos de forma mais rápida e eficaz. 

E com muitos dados gerados sobre o uso de energia dos processos comerciais de ponta a ponta, os sistemas de EAM também podem ajudar a reunir, documentar e analisar sistematicamente os dados, assim como identificar não conformidades, comunicar às partes interessadas e contabilizar os dados usando métodos precisos, reproduzíveis e oportunos — uma necessidade crucial.

As organizações podem desenvolver uma abordagem sistemática para investigar o papel do uso da energia, emissão de gases, resíduos e água pelos recursos globais. 

Em vez de aceitar a filosofia tradicional de que o uso de energia é um custo fixo, a norma específica uma forma para desenvolver, implementar, manter e melhorar um sistema de gerenciamento de energia para que a organização possa seguir uma abordagem ordenada para melhorar continuamente a eficiência energética, o uso da energia (qual recurso está consumindo energia) e o consumo (quanta energia está sendo consumida).

A nova Norma Internacional ISO 50001 é baseada no ciclo de Deming (PDCA - Plan-Do- Check-Act) de melhoria contínua, incorporando o gerenciamento de energia nas práticas organizacionais diárias. 

Ela aborda questões de custo de energia como forma de demonstrar os benefícios financeiros e ambientais que as organizações podem obter por meio de um gerenciamento sistemático de energia. 

Usar a norma internacional estabelece a energia como uma “moeda” empresarial para avaliar as despesas operacionais.

A sustentabilidade se concentra na eficiência energética - não somente no quão bom é o desempenho de um recurso e quão bem o recurso usa a energia, mas também em saber quando substituir o recurso por uma alternativa mais eficiente.

Qual a relação da tecnologia com a sustentabilidade energética? 

A plataforma tecnológica é a base de uma política de uso de energia e de um programa para coletar, medir, analisar, apresentar e gerenciar a quantidade extraordinária de dados de forma reproduzível e precisa. 

Sem um sistema para realizar essa tarefa, a organização corre o risco de um retorno de investimento abaixo do ideal em termos de tempo e dinheiro em relação ao esforço para gerenciar seu uso de energia.

As soluções de sustentabilidade de recursos ajudam a identificar ineficiências de energia e apontam áreas nas quais as empresas podem reduzir o desperdício. Para gerenciar o uso de energia e identificar problemas de não conformidade, as empresas precisam tomar as seguintes atitudes:

– Usar a sustentabilidade global de recursos para determinar se um recurso está consumindo mais energia do que o esperado.

– Continuamente monitorar, medir e gerenciar o consumo de energia de cada recurso como parte do gerenciamento operacional diário de recursos da empresa, identificando ineficiências energéticas e áreas de melhoria.

– Desenvolver, implementar, manter e melhorar um sistema de gerenciamento de energia para se concentrar na eficiência energética, incluindo a determinação de quando um recurso deve ser substituído por uma alternativa mais eficiente.

– Desenvolver um programa e política formal de gerenciamento de energia e carbono e comunicá-lo a toda a empresa, incluindo a combinação de responsabilização e responsabilidade em uma única função.

– Usar uma norma reconhecida para medir os esforços de gerenciamento de energia, como a ISO 50001, incluindo o estabelecimento de indicadores de desempenho energético, objetivos, metas e planos de ação - e estabelecer a energia como uma moeda para avaliar as despesas operacionais.

– Adotar soluções de sustentabilidade de recursos, para identificar áreas com uso e consumo excessivo de energia e depois priorizar esses problemas para reduzir o consumo de energia, gases do efeito estufa, resíduos e água. 

A plataforma atende a maioria das metas de gerenciamento da norma ISO e inclui controles físicos e financeiros para gerenciar plenamente a sustentabilidades, consumo de energia e a infraestrutura.


Lisandro Scuitto

Diretor sênior de produtos para a Infor Latam.


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Emissões de gases de efeito estufa de energia podem cair 40%

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Efeito estufa: investimentos em energia renovável, eficiência energética, e redução de combustíveis fósseis têm o potencial de reduzir as emissões do setor em pelo menos 40%
Giovana Girardi, do Estadão Conteúdo

São Paulo - As emissões de gases de efeito estufa de energia foram as que mais cresceram no Brasil nos últimos 20 anos e são as que mais devem expandir-se nos próximos 15, por causa do aumento na demanda de energia e transporte no Brasil. Mas poderia ser o contrário.

Investimentos em energia renovável, eficiência energética, transporte coletivo e redução de subsídios para combustíveis fósseis têm o potencial de reduzir as emissões do setor em pelo menos 40%.

É o que sugere um relatório feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo e do World Resources Institute (WRI), obtido com exclusividade pelo jornalO Estado de S. Paulo, que será lançado nesta segunda-feira, 21.

O trabalho leva em consideração que o Plano Decenal de Energia do governo federal (período de 2014 a 2023), orçado em R$ 1 trilhão, prevê a destinação de mais de 70% dos investimentos no setor para os combustíveis fósseis. Somente 22% iriam para energias renováveis.

O grupo, liderado por Oswaldo Lucon, professor convidado do Instituto de Energia e Ambiente da USP, considera também que a porcentagem de energias renováveis na matriz energética brasileira vem caindo.

De 2009 a 2014, a participação diminuiu de 47% para 39,4%.É maior que a média mundial - de 13% -, mas tende a cair ainda mais se todo o investimento previsto for mesmo para os fósseis.

"Enquanto as grandes economias do mundo estão trabalhando para abandonar a matriz energética fóssil, nós vemos o Brasil ainda em uma tendência de investir nisso. O que propomos no relatório é que haja uma mudança: não renovar os subsídios para gasolina; investir em pesquisa e desenvolvimento para termos tecnologia para expandir as energias solar e eólica; aumentar o investimento público nessas energias; remover barreiras fiscais; retomar o investimento em biocombustível", afirma Rachel Biderman, diretora do WRI no Brasil.

O alerta é feito a uma semana do prazo que o governo brasileiro estabeleceu para divulgar seu conjunto de metas de redução de emissões para a Conferência do Clima de Paris.

O relatório lembra que as emissões de energia estão em constante crescimento. De acordo com o inventário de emissões do Ministério da Ciência e Tecnologia, entre 1990 e 2011, as emissões do setor subiram 117%.

Já as de uso da terra (nome técnico para o desmatamento), entre2005 e 2011, tiveram uma queda de 71% .

Orçamento de carbono

O relatório "Oportunidades e Desafios para Aumentar Sinergias entre as Políticas Climáticas e Energéticas no Brasil" trabalha com o conceito de orçamento de carbono - a quantidade máxima de gases de efeito estufa que o planeta inteiro pode emitir até 2100 para manter o aquecimento do planeta em no máximo mais 2°C em relação à temperatura da Terra no período pré-Revolução Industrial.

Segundo cálculos do IPCC (o painel científico do clima ligado à ONU), esse montante é de 1 mil gigatoneladas (Gt) de CO2-equivalente (medida que unifica o peso de todos os gases de efeito estufa) até o fim do século.

O grupo de cientistas não detalhou, porém, a fatia desse bolo para cada país. Lucon e equipe avaliaram, então, estudos paralelos feitos nos últimos anos com esse intuito, como os da Agência Ambiental de Estocolmo e da Agência Internacional de Energia.

Esses trabalhos sugerem um limite para o Brasil entre 19,8 Gt CO2-eq e 41,4 Gt CO2-eq, com a maioria variando entre 20 e 30 Gt CO2-eq. Em 2013, as emissões brasileiras estavam na ordem de 1,59 Gt, de acordo com o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

"Esse orçamento significa que, em média, as emissões brasileiras por ano tem de ficar entre 0,5 e 0,75 Gt CO2-eq. Só que no ritmo atual de emissões estouramos nossa meta entre 2024 e 2035", afirma Lucon.

"É isso que tem na conta bancária de carbono. Se gastar mais, cai no cheque especial e em mais de 2°C de aquecimento", diz.

Relatório de ONG internacional indica medidas para Brasil reduzir emissões de energia

Dino
Relatório recomenda redução de emissões de energia no Brasil



Novo estudo da World Resources International (WRI) sugere mudança radical para integrar políticas de energia com as ações necessárias para reduzir emissões de gases de efeito estufa, a fim de combater as mudancas climáticas. 


SÃO PAULO (21 de setembro, 2015) – O World Resources Institute (WRI-Brasil) em parceria com o Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP) mostra que o Brasil pode mudar o seu mix de energia e caminhar na direção de uma economia de baixo carbono, modernizando o setor de transportes, utilizando o grande potencial de energias renováveis e aumentando a eficiência na indústria.

O estudo Oportunidades e Desafios para Aumentar Sinergias entre as Políticas Climáticas e Energéticas no Brasil analisou diferentes cenários de emissões e traz recomendações pra reforçar o portfólio de políticas que podem levar o país a alcançar seus objetivos tanto na área de energia, como na de clima.

Desmatamento e mudança de uso da terra são a principal causa de emissões de gases que provocam efeito estufa (GEEs) no Brasil. Mas enquanto o desmatamento vem caindo na última década, as emissões relacionadas ao uso de energia vêm aumentando. Em 2012, as emissões de combustíveis fósseis ultrapassaram as de agricultura e devem tornar-se a principal fonte de emissões no país num futuro próximo, ultrapassando as de desmatamento.

Como o sétimo maior emissor de GEEs, os compromissos que o Brasil assumir relacionados a clima serão uma peça importante no combate global às mudanças climáticas. O lançamento do relatório acontece às vésperas da divulgação da proposta brasileira para o novo acordo do clima, detalhando os compromissos de redução de emissões que o governo irá assumir para o período pós-2020. A chamada INDC brasileira (sigla para Contribuição Pretendida Nacionalmente Determinada em inglês) detalhará os compromissos voluntários do país para a Conferência do Clima de Paris, em dezembro. E pode ser divulgada nesta semana.

“O Brasil tem a oportunidade de reforçar e implementar políticas que nos levem na direção de uma trajetória ambiciosa para clima e energia”, afirma Viviane Romeiro, Coordenadora do Programa de Clima do WRI-Brasil e uma das autoras do relatório. “Há uma série de boas práticas internacionais relacionadas à descarbonização do mix de energia que podem e devem ser incorporadas e terão impacto na integração inteligente de energia descentralizada na rede elétrica. Como por exemplo, painéis de energia solar de comunidades locais integrados na rede de distribuição,” explica Romeiro.

“Nossa pesquisa mostra que o Brasil pode agir para mudar o mix de energia e ir na direção da economia de baixo carbono, mantendo-se como líder na área e entre os países-chave como Estados Unidos, China e Índia,” completa Oswaldo Lucon, professor do IEE/USP e também autor do estudo.

Estão previstos investimentos de cerca de US$ 500 bilhões nos próximos 10 anos em infraestrutura energética no Brasil. As escolhas que o país fizer para alocar estes recursos irão significar prende-lo a uma infraestrutura de alta emissão de carbono ou lançá-lo à posição de líder da economia de baixo carbono.

“Em contraste com outras grandes economias, o mix de energia brasileiro passou a ser de alta emissão de gases de efeito estufa como resultado de secas, armadilhas regulatórias, investimentos em infraestrutura em que predominaram combustíveis fósseis e transporte rodoviário e isenções de impostos que encorajaram padrões de consumo insustentáveis. Além de falta de inovação, o que favoreceu práticas e tecnologias obsoletas,” observa Rachel Biderman, Diretora-Executiva do WRI-Brasil. Cerca de 70% dos investimentos previstos irão para combustíveis fósseis, de acordo com os planos atuais.

Para evitar que a temperatura média na superfície do planeta não ultrapasse os 2°C considerados seguros, cada país teria que restringir suas emissões a um orçamento de carbono. Ou seja, uma cota baseada em sua porcentagem da população e do PIB globais. No ritmo atual, o orçamento de carbono que caberia ao Brasil até 2050 será gasto entre 2024 e 2035, se o país não mudar o atual mix de energia.

“No ritmo atual, em 20 anos o Brasil irá usar o que lhe resta do orçamento de carbono. O fato de outros países poderem também ficar deficitários não nos isenta da nossa responsabilidade comum”, alerta Lucon.

Segundo o relatório, o Brasil pode mudar esta tendência. Com quase metade das emissões de GEE relacionadas ao setor de transportes, reduções significativas podem ser feitas ao usar o vasto potencial para energias renováveis (especialmente solar e eólica), modernização da frota de veículos e encorajamento para massificação de carros híbridos e movidos a eletricidade. Esforços neste sentido iriam não só contribuir para os esforços de mitigação dos GEE, mas também contribuir para beneficiar a saúde dos brasileiros e a qualidade de vida de suas cidades.

O estudo traz elementos importantes para decisões de curto prazo que podem ter fortes repercussões durante muitas décadas e devem ser considerados em investimentos de infraestrutura. As atuais crises econômica e hídrica podem direcionar o pensamento inovador, moldando políticas e levando o país de volta à sua posição de líder global na economia de baixo carbono.

SERVIÇO:

O estudo "Oportunidades e Desafios para Aumentar Sinergias entre as Políticas Climáticas e Energéticas no Brasil" pode ser obtido no endereço: http://www.wri.org/publication/bridging-gap-between-energy-and-climate-policies-brazil.

Um resumo executivo em português está disponível em: http://www.wri.org/sites/default/files/bridging-the-gap-energy-climate-pt-es.pdf

Mais informações:

Cassuça Benevides - Tel: (61) 8188-2973 - Email: maria.benevides@quartzocomunicacoes.com.br
Via: www.noticiasr7.com

Com perspectiva de aumento, cresce a migração para o mercado livre de energia

Bruno Porto - Hoje em Dia

Editoria de Artes




O número de consumidores de energia que optam pelo mercado livre mais que dobrou no Brasil de 2010 a 2014, e as perspectivas negativas para o mercado cativo no longo prazo deverão acelerar a migração de clientes para o modelo em que a energia é negociada livremente e o consumidor escolhe de quem comprar.


O movimento de migração já foi iniciado, mas por questões de adaptação apenas em 2016 os grandes consumidores devem começar a operar efetivamente no segmento, que hoje representa 27% da energia total consumida no país, embora contabilize apenas cerca de 5% do total de consumidores.


O aumento no preço da energia, que de janeiro a agosto deste ano chega a 47,3% na média do país, conforme dados da inflação (IPCA) medida pelo IBGE, é um dos fatores que minam a competitividade do mercado cativo na concorrência com o mercado livre.


“Os serviços de meteorologia indicam que vai parar de chover, então o preço deve subir um pouco até o final de setembro, o mercado spot (livre) vive disso. Mesmo com essas variações de preço, a migração de consumidores para o mercado livre se intensifica porque o governo fez tanta barbeiragem que não há expectativa de queda de preço no mercado cativo, pelo menos para os próximos cinco anos”, disse o diretor da CMU Energia, Walter Fróes.


Vulnerabilidade


No cativo, o consumidor está vulnerável aos erros de planejamento e todas outras variáveis que podem influenciar o preço da energia, sendo que ele paga esses custos acumulados na data da revisão tarifária.


No mercado livre existem as mesmas variáveis que afetam o preço, mas o próprio cliente é responsável por administrá-los, como definir a melhor data para compra e o volume e prazos da operação. A diferença é que no mercado livre os valores variam semanalmente, conforme a oscilação do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), referência para a negociação. Ele varia conforme prazos e volumes negociados.


“Estamos vendo uma nova migração de consumidores para o mercado cativo por conta do aumento das tarifas das concessionárias para os seus consumidores, devido ao repasse para a tarifa dos custos da maior geração térmica nos últimos 3 anos, que ocasionaram elevados custos para as distribuidoras (pela exposição por não contratação de energia pelo Governo)”, disse o sócio-diretor da Eenecel Energia, Raimundo Batista. Para ele, novos aumentos acima da inflação vão ocorrer em 2016, o que tornarão a opção mercado livre como “extremamente viável para redução dos custos de médios consumidores”.


Preço baixo


O cenário para os grandes consumidores também favorece o mercado livre, avalia Batista. “Estão tendo oportunidade atualmente de comprar energia no mercado livre para complementar o atendimento à sua demanda, a preços abaixo da tarifa da concessionária, podendo esta situação melhorar ainda mais com a chegada do período chuvoso. Cabe ressaltar que essa redução de preço está atrelada a uma forte redução da atividade econômica do país que, por sua vez, provocou forte impacto no consumo de energia elétrica”, explicou.


Participação


Apesar do maior número de clientes, a participação do mercado livre no total de energia consumida no país deve ser pouco alterada em decorrência do baixo dinamismo da economia. “Pelo impacto da crise financeira, a média (de participação)deve se manter a mesma, girando entre 25% e 27% até o final do ano. Contribuem para esse cenário a redução do consumo do comércio e dos clientes residenciais. Para que houvesse um aumento da participação do mercado livre de energia, necessariamente deveria aumentar o consumo nesses dois estratos de clientes”, afirmou.


A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que o PLD para o período de 19 a 25 de setembro foi fixado em R$ 222,23 por megawatt/hora para todos os submercados. O valor corresponde a aumento de 11% em relação ao praticado na última semana. A CCEE credita a variação de preço à queda de 106% para 98% da média histórica de chuvas no período.


- Em setembro, o PLD deverá ficar em média cerca de 15% abaixo da tarifa do consumidor industrial cativo, tensão de suprimento em 13,8 kV