quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mau uso da rede elétrica eleva em 5% a conta

De acordo com o Programa Casa Segura, a utilização do fio terra e do dispositivo DR (disjuntor diferencial residual), associados ao bom uso dos aparelhos, pode reduzir entre 4% e 5% o consumo de energia, além de evitar possíveis acidentes elétricos domésticos que, em alguns casos, podem ser fatais
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Foto: Arquivo
Alguns cuidados ajudam consumidor a reduzir a conta de energia











O mau uso da rede elétrica pode contribuir para o aumento de quase 5% na conta de luz, o que significa que não são apenas os aparelhos eletrônicos que podem fazer com que o consumidor pague mais caro.
De acordo com o Programa Casa Segura, a utilização do fio terra e do dispositivo DR (disjuntor diferencial residual), associados ao bom uso dos aparelhos, pode reduzir entre 4% e 5% o consumo de energia, além de evitar possíveis acidentes elétricos domésticos que, em alguns casos, podem ser fatais. “Disjuntores do tipo DR protegem a corrente diferencial residual, e isso não acontece quando o fiozinho verde do chuveiro não está ligado na parede e permanece enrolado ao lado do aparelho”, afirma a coordenadora do Programa Casa Segura, Milena Guirão Prado.

O disjuntor do tipo DR é usado, especialmente, em áreas molhadas como banheiro, lavanderia e cozinha e tem como missão desligar automaticamente o circuito no momento em que ocorre uma descarga elétrica. “Quando você liga o ferro de passar, que consome muita energia, junto a outro equipamento, com o uso de um benjamim, ou T, por exemplo, e a energia cai, isso é sinal de que sua casa está correta, com o DR funcionando perfeitamente. Ele impediu que a sobrecarga de energia provocada pelo mau uso dos dois aparelhos pudesse provocar um curto-circuito”, explica, Milena.

Instalação segura

Veja algumas dicas para uma instalação segura:

•Faça uma revisão periódica nas instalações elétricas a cada cinco anos, no mínimo, contratando sempre um eletricista, técnico ou engenheiro. Certifique-se que o profissional está atualizado, pois as instalações elétricas mudaram muito nos últimos anos e as tecnologias também;

•Nunca realize serviços de natureza elétrica se não possui conhecimentos técnicos deste assunto, pois mesmo achando que um circuito está desligado, podem existir outras fontes de energia que podem causar um acidente, até mesmo fatal;

•A instalação do condutor de proteção, como é conhecido tecnicamente o fio terra, em toda a extensão de uma instalação elétrica é importante e obrigatório pela Lei 11.337, de 2006. Esta prática vai minimizar os riscos de choque elétrico e garantir estabilidade no funcionamento dos equipamentos;

•Todas as instalações que atendam áreas úmidas, como cozinha, copa, área de serviço e áreas externas, devem ser protegidas pelo DR, que tem a função de desligar o sistema elétrico todas as vezes que um curto circuito possa acontecer. Este equipamento salva vidas e por isto nunca pode o custo ser a consideração principal para a escolha do produto;

•Nunca substitua um disjuntor por outro de maior amperagem se os fios também não forem substituídos por outros de maior bitola ou diâmetro, pois o disjuntor tem a função de proteger os fios contra aquecimento excessivo e, caso a prática acima seja executada, o disjuntor não protegerá o sistema e o risco de incêndio é quase certo;

•Para proteger equipamentos eletroeletrônicos na residência, instale um dispositivo chamado DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos), conhecido no mercado como protetor de surto ou até para-raios eletrônico. Este equipamento irá desviar os surtos de tensão gerados por descargas atmosféricas para a terra e com isto preservar os equipamentos.

Perigos na rede elétrica

Além de provocar incêndios, as instalações elétricas mal dimensionadas ou sem a manutenção adequada podem causar queimaduras de até terceiro grau, coagulação do sangue, lesão nos nervos, contrações musculares e reação nervosa de estremecimento (a sensação de choque)

Segundo o Programa, por ano, mais de 100 brasileiros morrem vítimas de choque elétrico. Por isso, se as tomadas e interruptores esquentam, se as quedas do disjuntor são frequentes, se as geladeiras param de funcionar por alguns instantes, se fios e cabos derretem, e se há mau cheiro ou fumaça no ambiente, então é o momento de se fazer uma revisão da instalação elétrica.

Aparelhos na tomada

Para economizar na conta de luz, o consumidor também deve estar atento ao consumo vampiro. Esse tipo de consumo, segundo o Programa, se refere aos equipamentos eletrônicos mantidos na tomada, porém sem estarem funcionando. Isso gera um consumo de energia e, consequentemente, um custo adicional percebido no final do mês, na conta de luz.

Os principais vilões da conta de luz são: a TV, o micro-ondas, os carregadores de celular, os aparelhos de som, o DVD, vídeo games, entre outros. “Mesmo desligados, esses equipamentos permanecem em um sistema de stand by, ou seja, estão sempre prontos, com energia armazenada, para serem religados. O aparelho micro-ondas, por exemplo, consome energia 24 horas para manter o relógio digital funcionando”, explica Milena.

Veja algumas dicas para baratear a conta de luz:

•Desconecte os aparelhos quando não estiverem em uso. Para evitar ficar desligando esses aparelhos diariamente da tomada, é possível usar um interruptor manual;

•Observe a etiqueta com o consumo energético do equipamento, no momento da compra. Dê preferência aos mais econômicos;

•Realize a manutenção correta para aumentar a vida útil do aparelho e diminuir o consumo de energia.

Tarifa branca ao consumidor de baixa tensão valerá com novo medidor

Fonte: Aneel 

Brasil - A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, na semana passada, durante reunião pública da diretoria, a alteração da estrutura tarifária aplicada ao setor de distribuição de energia. 


O novo regulamento prevê a aplicação de tarifas diferenciadas por horário de consumo, oferecendo tarifas mais baratas nos períodos em que o sistema é menos utilizado pelos consumidores. O assunto ficou em Audiência Pública nº. 120/2010 de 17/12/2010 a 18/03/2011.

Estrutura Tarifária é a forma como os diversos tipos de consumidores pagam pelo uso da energia elétrica, divididos por subgrupos e modalidades de tarifas de acordo com horas de uso, nível de tensão e localização. A nova sistemática, que será aplicada a cada distribuidora a partir de sua revisão tarifária, entre 2012 e 2014, modifica padrões vigentes desde a década de 1980 e considera as mudanças que ocorreram na oferta e na demanda de energia nesse período.

Para os consumidores de baixa tensão, seja os residenciais, comerciais, industriais e de áreas rurais, a principal mudança é a criação da modalidade tarifária branca, que será uma alternativa à convencional hoje em vigor e oferecerá três diferentes patamares para a tarifa de energia, de acordo com os horários de consumo. 

De segunda a sexta-feira, uma tarifa mais barata será empregada na maioria das horas do dia; outra mais cara, no horário em que o consumo de energia atinge o pico máximo, no início da noite; e a terceira, intermediária, será entre esses dois horários. Nos finais de semana e feriados, a tarifa mais barata será empregada para todas as horas do dia.

A proposta da tarifa branca é estimular que o consumo em horários que a tarifa é mais barata, diminuindo o valor da fatura no fim do mês e a necessidade de expansão da rede da distribuidora para atendimento do horário de pico. A tarifa branca será opcional, e caso o consumidor não pretenda modificar seus hábitos de consumo, a tarifa convencional continuará disponível.

Entretanto, a tarifa branca somente começará a valer quando as distribuidoras substituírem os medidores eletromecânicos de energia pelos eletrônicos, assunto que está em estudo na ANEEL e foi abordado na Audiência Pública n. 43/2010. A modalidade tarifária branca não valerá para a iluminação pública e os consumidores de baixa renda.

Outra mudança, válida a partir de janeiro de 2014, é a criação das Bandeiras Tarifárias Verde, Amarela e Vermelha, que funcionarão como um semáforo de trânsito e se refletirão em diferença de tarifa para o consumidor. 

A Bandeira Verde significa custos baixos para gerar a energia. A Bandeira Amarela indicará um sinal de atenção, pois os custos de geração estão aumentando. Por sua vez, a Bandeira Vermelha indicará que a situação anterior está se agravando e a oferta de energia para atender a demanda dos consumidores ocorre com maiores custos de geração, como por exemplo, o acionamento de grande quantidade de termelétricas para gerar energia, que é uma fonte mais cara do que as usinas hidrelétricas. O público alvo serão todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), de alta e baixa tensão.

A nova metodologia também prevê que os agrupamentos B2 rural, B3 demais classes e B4 iluminação pública terão sua relatividade homogeneizada para todas as concessionárias, respeitando as diferenças tarifárias entre as áreas de concessão.Essa etapa será cumprida ao longo do 3º Ciclo de Revisões Tarifárias e consistirá em convergir o desvio tarifário das subclasses da baixa tensão em relação à tarifa de referência. 

Em uma segunda etapa, será realizado o cálculo do custo marginal de capacidade de cada subclasse da baixa tensão, que será aplicado com a apresentação da metodologia do 4º Ciclo de Revisões Tarifárias, a partir de 2015.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Consumidor é o maior desafio da smart grid



Brasil - Não só o modo de se medir o consumo de energia, mas também a relação do consumidor com a energia irá mudar totalmente quando o conceito de smart grid se tornar realidade. 

Os medidores inteligentes e a nova estrutura tarifária levarão para as residências diferentes tarifas para os horários de pico, momentos intermediários e horas de menor carga.

Em reportagem publicada na edição de outubro da revista GTD, a norte-americana GE afirma que o maior desafio da nova tecnologia será o comportamento do consumidor. 

O gerente geral de sistemas de medição da companhia, Luke Clemente, alerta que antes de cobrar resultados, as pessoas precisam entender os conceitos por trás das novidades que virão. 

Na reportagem, Clemente fala ainda sobre a expectativa da GE sobre as redes inteligentes e a geração distribuída, e afirma o interesse da empresa no Brasil.

Clique no link abaixo e leia a reportagem na íntegra:

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Brasil prepara-se para boom da iluminação a LED

Com informações do IPT 

Futuro brilhante

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo está se preparando para participar daquilo que se espera ser uma verdadeira revolução na tecnologia da iluminação: as lâmpadas a LED.




"Estamos nos capacitando com ferramentas adequadas para viabilizar o desenvolvimento do projeto do ponto de vista do desempenho energético, térmico e ambiental", afirma Oswaldo Sanchez Junior.

O setor de iluminação no Brasil é muito competitivo, formado sobretudo por médias empresas.

O mais novo recurso disponível no IPT é a caracterização fotométrica realizada por um goniofotômetro, equipamento informatizado que mede a luz emitida.

Segundo Sanchez, os novos recursos permitirão substituir procedimentos que ainda são empíricos no desenvolvimento de luminárias, e criar um caldo de cultura que será sistematizado em novos conhecimentos.

O mercado mundial para a tecnologia LED para iluminação deverá alcançar, em 2013, a marca de US$ 20 bilhões, cerca de 16% do mercado de iluminação.

Mas ainda há desafios a serem vencidos, sobretudo no tocante à eficiência energética e ao desempenho térmico das luminárias de LEDs.

Tecnologia LED

A tecnologia de LED de luz branca nasceu no fim dos anos 90 com as pesquisas do japonês Shuji Nakamura, que atualmente trabalha no Departamento de Materiais da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA).

A invenção de Nakamura surgiu a partir de uma pesquisa para melhorar os LEDs convencionais, que até então só emitiam luzes coloridas. A descoberta da luz branca foi praticamente acidental, quando o pesquisador obteve um semicondutor que emitia uma luz azulada.

Atualmente, existem várias tecnologias de LED de luz branca, a maior parte delas adotando a propriedade de fluorescência do fósforo ao reagir com a emissão de raios ultravioleta.

Há também tecnologias mais conceituais, que permitem mudar a cor da luz, explorando o fato de que a luz branca resulta da combinação das cores primárias.

Desde que foram lançadas, as lâmpadas a LED têm evoluído em relação a uma característica que é chamada IRC (Índice de Reprodução de Cor).

Nesse índice, a referência é a luz do sol, que é considerada 100%. Inicialmente, as lâmpadas LED apresentavam entre 60% e 65% de IRC; atualmente estão entre 85% e 90%, com tendência a subir.

Luminárias a LED

Em particular, a necessidade de aprimorar o aspecto térmico de projeto de luminárias deverá também mudar a composição de custos de fabricação dos produtos com tecnologia a LED, acredita o pesquisador do IPT.

Atualmente, uma luminária pública a LED custa cerca de R$ 2.000 para o consumidor final e estima-se que cerca de 65% do seu custo de fabricação é representado pela integração de módulos a LED e seus drivers (fontes de alimentação), 30% refere-se à produção do corpo da luminária (estrutura mecânica) e o restante (5%) refere-se ao processo de montagem.

O preço para o consumidor final deve cair para cerca de um terço em dez anos. O perfil dos custos de fabricação, no entanto, deverá ser significativamente alterado, refletindo a maior sofisticação de projetos, novas exigências do consumidor final, necessidade de certificações e maior escala de fabricação (barateamento dos módulos a LED e suas fontes).

Estima-se que o porcentual relativo ao custo da produção do corpo da luminária deve se tornar central (cerca de 55% do custo de fabricação) devido a dificuldades tecnológicas complexas inerentes ao projeto térmico e produção deste componente.

Portanto, a penetração da tecnologia LED no mercado de iluminação depende, num primeiro momento, do barateamento dos componentes associados ao LED (módulos e drivers), mas deverá depender, no médio e longo prazo, da capacidade dos fabricantes em dominar as tecnologias de materiais e fabricação do corpo da luminária, visando um projeto energeticamente eficiente e termicamente confiável.

Desempenho óptico

Outro ponto que deverá atrair projetos de inovação no segmento é quanto ao desempenho óptico das luminárias a LED. Isso, no entanto, deverá amadurecer quando as condições de mercado permitirem ampliar o potencial de exploração da tecnologia.

"Atualmente, o mercado é bastante focado na substituição de lâmpadas convencionais por dispositivos a LED", afirma Sanchez.

O pesquisador acredita que a versatilidade e eficiência da tecnologia motivarão uma verdadeira revolução nos serviços de iluminação. "Será possível repensar o modo de atender as necessidades do usuário", diz Sanchez.

Ele observa que, por exemplo, as lâmpadas a LED podem ser facilmente dimerizadas (com intensidade ajustável), característica que, se atendida em projeto, proporcionará um serviço que se harmoniza com a iluminação natural, sem excedentes ou carência de energia luminosa em cada ambiente.

Os controles deste tipo de iluminação (com sensores de presença, sensores de ambiente, programação de acordo com a atividade e interação com redes inteligentes) abrem novas possibilidades que poderão tornar o seu acionamento integrado ao ambiente e mais amigável ao usuário.

Por conta dos materiais mais compactos, a infraestrutura com LED pode ser menos dispendiosa e os projetos mais flexíveis. Outra tendência é o abandono de fios e cabos, o que também será um dos vetores da revolução que se espera. "Haverá menos impactos ambientais em todos os aspectos", prevê Sanchez.

Análise do Ciclo de Vida

Não se deve esquecer que a fase do projeto do produto é a mais importante do ponto de vista do seu comprometimento com requisitos ambientais.

Mas para que os ganhos ambientais se efetivem, a indústria também precisará dotar seus projetos dos instrumentos de Análise do Ciclo de Vida (ACV), competência que hoje está se ampliando horizontalmente no IPT para que todos os projetos possam ter abordagem sustentável.

Basicamente, a técnica de ACV consiste na realização do inventário dos fluxos de materiais, insumos e energia utilizados e das emissões (para o ar, terra e águas) realizadas em todos os processos ao longo do ciclo de vida do produto.

Também permite identificar e mensurar os impactos ambientais associados a estes fluxos, o que representa uma maneira eficaz para avaliar ambientalmente qualquer bem ou serviço.

Avalia-se que o advento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida (PBACV) devam impulsionar as inovações para o segmento.

Mercado de LEDs no Brasil

No Brasil, existem poucos fabricantes de lâmpadas e a maior parte das empresas do setor atua com fabricação de luminárias para os segmentos residencial, comercial e industrial. O estado de São Paulo tem grande concentração de empresas.

Segundo a Abilux, 58% das indústrias estão na Grande São Paulo e 17% no interior do estado - outros estados atuantes são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. O setor também é dominado por empresas pequenas e médias. "É um setor muito competitivo", afirma Sanchez, que acredita que a concorrência deverá ser combustível para as inovações nos próximos anos.

A iluminação pública, que conta com cerca de dez empresas de porte médio no País, também deverá atrair projetos de inovação, sobretudo porque as exigências dos processos licitatórios em empresas públicas são cada vez maiores.

Os governos municipais tendem a valorizar a abordagem ambiental em seus projetos, visto que a União e os estados estão compromissados com acordos globais de redução dos Gases do Efeito Estufa (GEE). Um dos municípios que está à frente nessa corrida é Guarulhos (SP), que desenvolveu um projeto para recuperar componentes usados, com suporte do grupo do IPT, por meio do LEO.

Eficiência energética: um balanço dos 10 anos de Lei

Para Luiz Augusto Horta, da Unifei, Lei 10.295 serve de marco para a conservação de energia no país, não só por estabelecer índices mínimos de eficiência, mas também pela mudança de cultura dos fabricantes

Carolina Medeiros, para o Procel Info




Luiz Augusto Horta, da Unifei:
Lei de Eficiência, um marco para
conservação de energia no país


Após 10 anos da Lei 10.295, mais conhecida como a Lei de Eficiência Energética, muita coisa mudou. Com a legislação, criou-se condições para que fossem adotados no Brasil limites mínimos para a eficiência energética em máquinas e equipamentos consumidores de energia. Segundo Luiz Augusto Horta, professor titular do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), essa foi uma mudança importante, que proibiu a comercialização de produtos de baixa eficiência, complementando e consolidando programas já existentes, como o Selo Procel e a etiqueta Procel/Inmetro.



O professor acredita que a Lei foi um marco para a conservação de energia no país, não só por estabelecer os índices mínimos de eficiência, mas também pela mudança de cultura que está induzindo junto aos fabricantes, "que estão entendendo que excluir os produtos de baixa eficiência pode trazer vantagens". 

Além disso, segundo ele, a Lei inclui de forma explícita a regulamentação de prédios, antecipando-se às medidas que foram recentemente adotadas para a etiquetagem de edificações. Leia abaixo a entrevista que o professor Luiz Augusto Horta concedeu ao Procel Info.

Procel Info - A lei de eficiência energética completou 10 anos em outubro desse ano. Que mudanças ela trouxe para o país?

Luiz Augusto Horta - Essa lei criou as condições para que sejam adotados no Brasil limites mínimos para a eficiência energética em máquinas e equipamentos consumidores de energia, uma prática bastante difundida nos países industrializados. É uma mudança importante, uma evolução, proibindo a comercialização de produtos de baixa eficiência e complementando e consolidando os programas de informação aos consumidores já existentes, como o Selo Procel, que destaca os produtos de melhor desempenho, e a Etiqueta Procel/Inmetro, que classifica todos os modelos segundo sua eficiência. Em síntese: a Etiqueta classifica todos, o Selo aponta os melhores e a Lei retira os piores do mercado.

Procel Info - E quanto aos resultados da Lei?

Luiz Augusto Horta - Houve um processo de aprendizagem para sua progressiva implantação. Inicialmente foram regulamentados os motores elétricos, depois os refrigeradores e condicionadores de ar, fogões e aquecedores a gás, e a cada ano se amplia o número de equipamentos que têm a sua eficiência mínima estabelecida nos termos dessa Lei. O órgão responsável pela regulamentação e acompanhamento da Lei de Eficiência Energética, o Comitê Gestor dos Índices de Eficiência Energética (CGIEE), divulgou um programa de produtos a serem regulamentados e vem estabelecendo metas de desempenho para eles, o que ajuda os fabricantes a irem se posicionando. Enfim, existem resultados interessantes e positivos em termos de realizações, bem como perspectivas promissoras.

Quanto aos resultados energéticos, ou seja, a energia efetivamente economizada, na forma como o Procel têm divulgado anualmente, a estimativa dos efeitos da Lei ainda não é uma prática sistematizada, mas existem esforços nesse sentido e os fabricantes têm cooperado, indicando como o mercado vem se alterando como consequência da regulamentação dos diferentes produtos. De todo modo, é preciso observar que as alterações introduzidas têm ocorrido na margem inferior do mercado, não devendo se esperar grandes impactos em um ano, mas resultados que acumulados ano a ano vão ganhando relevância. Além disso, uma medida muito importante, tomada no âmbito dessa lei, é a progressiva retirada de lâmpadas incandescentes do mercado brasileiro a partir do próximo ano, que deverá apresentar impactos energéticos mais imediatos.

Procel Info - Os índices de eficiência ou de consumo estabelecidos para os equipamentos são rígidos ou ainda poderiam ser maiores?

Luiz Augusto Horta - Essa é uma boa pergunta. Estabelecer os índices mínimos de eficiência e suas metas para os próximos anos é a principal atribuição do CGIEE, que através de seus comitês técnicos especializados verifica o avanço das tecnologias, consulta fabricantes e acompanha o mercado, apresentando as minutas dos regulamentos que são colocadas em consulta pública e recebem sugestões antes de serem transformadas em norma legal. Não é tarefa simples, naturalmente que poderiam ser adotados limites mais apertados em alguns casos, mas entendo que esse é um processo com avanços progressivos. 

É preciso entender que os fabricantes têm também limitações. Nesse sentido ajuda muito ver a experiência internacional, ver como os demais países estão orientando seu mercado. Os condicionadores de ar oferecem um bom exemplo: os chineses estão exigindo em seu país produtos melhores do que eles em geral exportam para os países em desenvolvimento... Por isso temos de estar atentos, muitas vezes um produto é barato porque é ineficiente. E é esse exatamente o caso dos condicionadores de ar, que já foram regulamentados.

Procel Info - Você acredita que a Lei foi um marco para a conservação de energia no país?

Luiz Augusto Horta - Certamente, não apenas pelo que já foi feito, mas pela mudança de cultura que está induzindo junto aos fabricantes, que estão entendendo que excluir os produtos de baixa eficiência pode trazer vantagens. A regulamentação de um produto é efetuada utilizando definições de eficiência e ensaios laboratoriais iguais aos adotados na classificação da Etiqueta e no Selo, permitindo uma sinergia nesse processo, em que todos ganham. Além dos equipamentos, é interessante lembrar que a Lei da Eficiência Energética inclui de forma explícita a regulamentação de prédios, nesse sentido já se antecipando as medidas que foram recentemente adotadas para a etiquetagem de edificações.
"A Lei 10.295 criou as condições para que sejam adotados no Brasil limites mínimos para a eficiência energética em máquinas e equipamentos consumidores de energia, uma prática bastante difundida nos países industrializados"

Procel Info - Como o Brasil está hoje em termos de eficiência energética? O que ainda precisa ser feito?

Luiz Augusto Horta - Há um bom histórico, sobretudo se compararmos o Brasil com outros países, que em sua maioria pouco fizeram de efetivo para promover o uso eficiente da energia. Mas há muito que fazer, também comparando a alguns países, inclusive de nossa região, que têm mostrado mais coordenação das ações e maior comprometimento dos gestores públicos com a eficiência. Reduzir perdas é uma das formas mais inteligentes de ampliar o atendimento do mercado, mas no nosso caso isso ainda está mais nas intenções que nas ações. Temos agora com o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), em fase de implementação pelo Ministério de Minas e Energia (MME), uma nova esperança. A sociedade brasileira merece que a eficiência energética seja mais valorizada. Os meios e os caminhos para isso são conhecidos. 

Um caminho ainda quase inexplorado no nosso país é a divulgação de práticas eficientes junto ao grande público, aos estudantes e usuários de energia de uma forma geral. Em muitos países, o governo mantém campanhas regulares voltadas para a eficiência energética, não apenas nas situações de crise.

Procel Info - Em tempos em que as mudanças climáticas estão sempre em pauta, como a eficiência energética pode ajudar nessa questão?

Luiz Augusto Horta - A eficiência energética é, de longe, a mais efetiva e competitiva forma de reduzir as emissões de carbono no Brasil e em outros países.

Procel Info - Em termos de tecnologia, o que ainda pode ser aprimorado?

Luiz Augusto Horta - Todos os dias surgem novidades. Para citar algumas, os sistemas de iluminação eficientes, os sistemas de cogeração, os refrigeradores de alta eficiência são exemplos de tecnologias que mostram que é possível atender as necessidades energéticas com menor consumo de energia. Mas é sempre importante lembrar que a eficiência energética pressupõe sempre o uso adequado da tecnologia eficiente. Uma lâmpada eficiente acesa sem necessidade é fonte de perdas evitáveis, assim como em muitos casos apenas a adoção de hábitos corretos leva a economias expressivas de energia. De novo, é importante valorizar as pessoas, a comunicação social e os processos de difusão de informações.

Luiz Augusto Horta Nogueira é Engenheiro Mecânico (UNESP, 1987), Mestre (1981) e Doutor em Engenharia (1987) pela Unicamp, atualmente é professor titular do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá, onde atua desde 1979. Foi catedrático do Memorial da América Latina em 2007, diretor técnico da Agência Nacional do Petróleo de 1998 a 2004 e pesquisador visitante junto ao Wood Energy Program (FAO, Roma) em 1997/1998 e à CEPAL (Santiago) em 2009. Orientou 34 teses acadêmicas sobre temas energéticos e é autor de 5 livros e diversos trabalhos técnicos e artigos especializados sobre eficiência energética, bioenergia e cogeração.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Projeto leva eficiência energética a residências no PR

Da Agência Ambiente Energia - Um projeto pioneiro de eficiência energética vai beneficiar as 694 famílias que irão morar num conjunto habitacional em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba (PR). 



As novas casas terão lâmpadas e refrigeradores de alto rendimento energético e chuveiros elétricos com sistema de recuperação de calor, que os torna mais econômicos.

A iniciativa é uma parceria entre a Copel (Companhia Paranaense de Energia) e a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) e deverá ser estendida futuramente para conjuntos habitacionais em todo o Estado. A Copel prevê investir no projeto cerca de R$ 1,3 milhão.

As novas casas do Conjunto Residencial Madre Tereza de Calcutá – para onde os moradores devem começar a ser transferidos no fim do ano – terão lâmpadas e refrigeradores de alto rendimento energético e chuveiros elétricos com sistema de recuperação de calor, que os torna mais econômicos.
Esse sistema para os chuveiros consiste em fazer com que a água fria que sai da caixa de água, antes de chegar ao chuveiro, passe por uma serpentina que fica sobre o piso, logo abaixo do chuveiro. Essa serpentina absorverá o calor da água quente que cai do chuveiro, fazendo com que a água suba pré-aquecida até o chuveiro.

“Assim, é possível utilizar chuveiros de menor potência e, consequentemente, mais econômicos, sem prejudicar a qualidade do banho”, explica Ana Maria Battaglin, gerente do Departamento de Utilização de Energia da Copel, setor responsável pela condução do projeto no âmbito do Programa de Eficiência Energética da companhia.

“Com o recuperador de calor, um chuveiro com 3.200 watts de potência pode oferecer ao usuário o mesmo conforto térmico de um chuveiro de 5.400 watts”, compara.

As lâmpadas que equiparão as moradias do Conjunto Madre Tereza serão do tipo fluorescente compacta, com potência de 15 watts (iluminação semelhante a de lâmpadas incandescentes de 60 watts) e de 25 watts (que substituem sem prejuízo as incandescentes de 100 watts).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Postes utilizam movimento das pessoas para iluminação

Energia cinética é reaproveitada, evitando assim qualquer emissão de carbono ou poluição




Divulgação



Lado inovador do projeto não é limitado apenas pelo uso de energia limpa, mas também relacionado à fonte de produção



São Paulo - Batizada como Energyme, esta luminária é basicamente uma lâmpada de rua artisticamente concebida com LED. Mas, além do apelo estético, o mecanismo sustentável que alimenta a lâmpada é o fator que chama a atenção.

Os designers da Dido Studio, empresa de design industrial e interação com sede em Dallas (EUA), criaram um sistema onde as luminárias serão alimentadas pela energia cinética, que é uma das grandezas físicas básicas onipresentes em nossa vida cotidiana.

Sempre que se trata de tecnologia verde, as mais convencionais são as fontes eólica e solar. Estatisticamente falando, essas formas de energia contribuem para mais de 18 % da geração total de eletricidade no mundo inteiro.

Isso não significa, necessariamente, que a tecnologia verde não possa evoluir e tornar outras fontes renováveis mais populares. Pensando nisso, a Dido Studio revelou seu plano para um mecanismo de iluminação sustentável, que tem o potencial de ultrapassar o âmbito aparentemente definido na tecnologia favorável ao meio ambiente.

Uma vez que a energia cinética é governada pela magnitude do movimento puro não há margem para qualquer emissão de carbono ou poluição relacionada em todo o esquema. Assim, ela pode ser considerada (pelo menos do ponto de vista da física) como uma das mais “verdes” e limpas formas de energia disponíveis.

O lado inovador do projeto não é limitado apenas pelo uso de energia limpa, mas também relacionado à fonte de produção. A este respeito, os designers pensaram em um sistema coletivo auto-sustentável que envolve diretamente as pessoas utilizando os postes de rua.
A iluminação funciona da seguinte maneira: dispositivos elétricos da lâmpada também servem como instalações de exercício para as pessoas. Teoricamente, o procedimento de treino (pelo movimento da barra de mão) irá produzir a magnitude necessária de movimento (e, portanto, de energia, cinética), que por sua vez será armazenada no interior do mecanismo de fixação e depois convertida em energia elétrica para o efeito final - que é iluminação. Assim, em termos mais simples, a energia "biológica" do ser humano (em termos de calorias) irá finalmente ser convertida em eletricidade limpa e verde.

A iluminação é feita com diodos emissores de luz (mais conhecido como LEDs), que têm inúmeras vantagens sobre os sistemas de iluminação convencionais. Eles utilizam o efeito de eletro-luminescência, que está diretamente relacionada à capacidade que os elétrons livres têm de se combinar com 'buracos de elétrons’ dentro do dispositivo LED para liberar partículas de luz.

Este fenômeno permite que os LEDs sejam pequenos, em tamanho muitas vezes menor que um milímetro quadrado. Além disso, em comparação com fontes de luz incandescentes, eles exigem menor consumo de energia e, geralmente, têm vida útil mais longa, com igual medida de resistência.

O projeto não só economiza energia através de armazenamento de energia cinética humana, mas também incentiva as pessoas a praticarem exercícios físicos e melhorarem sua saúde.

Os designers do Energyme ainda procuram parceiros para tornar o conceito realidade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Centro de compras apresenta decoração sustentável de Natal e prevê economia de 80% de energia

São José dos Campos – No próximo dia 22 de novembro, o Shopping Colinas lança a campanha de Natal "Descubra o Papai Noel que existe em você" que segue até o dia 28 de dezembro.




Durante este período, os clientes que passarem pelo shopping terão acesso a uma decoração diferenciada, montada, pela primeira vez, no centro de compras. O tema da campanha deste ano é "Natal sustentável do Noel" que aborda o compromisso com a preservação do meio ambiente através do uso de lâmpadas LED.

Esse tipo de iluminação tem como vantagem o baixo consumo de energia, mas com alta qualidade e durabilidade das lâmpadas. Serão usadas 50 mil lâmpadas na decoração da Praça de Eventos.

Com essa substituição de lâmpadas comuns por LED, o Shopping prevê uma economia de 80% no consumo de energia, se comparado ao mesmo período – mês de dezembro - do ano passado.

Outros diferencias da decoração são: móveis e pisos produzidos com madeira de reflorestamento e outros elementos dos cenários pintados com tinta à base.

O objetivo desta decoração é apresentar para o público a importância da sustentabilidade e quais as ações realizadas pelo shopping nesse segmento. Além disso, o centro de compras demonstra que é possível fazer uma decoração de Natal bonita e sofisticada, sem se esquecer do meio ambiente.

Um papai noel ‘animatrônico’ estará na Praça de Eventos e transmitirá mensagens educativas para as crianças através de uma gravação.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Panificação: eficiência energética nossa de cada dia

Apesar do potencial de redução do consumo de energia estimado de 20% a 30%, padarias ainda precisam investir na mudança tecnológica do maquinário e na conscientização dos empresários



Padarias: potencial para reduzir consumo
de energia, mas falta conscientização de
donosPedro Aurélio Teixeira, para o Procel Info


Um setor que pode ter uma redução de 20% a 25% no consumo de energia com ações de eficiência energética e que ainda tem muito a conseguir nessa área com a normatização dos maquinários. 

Para obter este resultado, as padarias podem ter o auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na busca de soluções. De acordo com Ricardo Wargas, gerente da Área de Inovação e Acesso à Tecnologia do Sebrae-RJ, um programa de eficientização energética em padarias aborda questões relativas a procedimentos diários e equipamentos. 

"Quando o empreendedor participa de um processo de eficiência energética, ele sempre sai conhecendo mais sobre o seu negócio. Em um plano para padarias, há questões vinculadas a investimentos e um acompanhamento do consumo diário de energia", explica.


Mas conscientizar os donos das padarias dos ganhos com a eficiência energética não parece ser tarefa fácil. De acordo com Dulio Mota, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Rio de Janeiro, a classe ainda não despertou para esse assunto. "A eficiência energética em uma padaria é tão importante quanto qualquer outro assunto de gestão. Falta uma conscientização a esse empreendedor, essa é a palavra", explica.

Mota fala com a autoridade de quem trabalha no ramo há 25 anos e se lembra de algo que foi capaz de fazer a sua classe se unir por ações de redução de consumo de energia: a crise em 2001, quando houve o racionamento de energia no país e todos foram obrigados a cumprir metas de economia de consumo. "Naquela época conseguimos alguma mobilização e houve um projeto com a participação de vários órgãos", relembra o dono da Padaria Salete do projeto.

De acordo com Mota, havia um desenho completo da eficiência energética do empreendimento. "O empresário entrava com um valor e o sistema com o resto, que seria pago pela redução do consumo de energia, amortizado na conta de luz com a distribuidora", relata, contando que a distribuidora local desistiu do projeto, inviabilizando a troca de equipamentos.

Hoje, além de seus programas de eficientização, o Sebrae dispõe de uma linha de financiamento para ações de eficiência energética para pequenos empreendedores chamada Sebraetec. A linha de recursos subsidia sem necessidade de retorno até 80% do custo de uma consultoria para a obtenção de um diagnóstico energético. "Caso o dono de uma padaria queira fazer um retrato do consumo de energia no seu estabelecimento, ele já tem um senhor apoio para cobrir parte desses recursos", aponta Ricardo Wargas.

A eficiência energética em uma padaria é tão importante quanto qualquer outro assunto de gestão. Falta uma conscientização a esse empreendedor, essa é a palavra", avalia Dulio Mota, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Rio de Janeiro.

Wargas conta que o compromisso do Sebrae com o empreendedor em um projeto de eficientização é o de dar suporte para que ele seja capaz de implementar as medidas, alcançando o êxito na redução do consumo. "Já tivemos o caso de uma padaria que fez uma operação financeira e pagou as prestações dessa operação com uma parcela da economia de energia que ela obteve", lembra.

Em um plano de eficiência energética para empresas de panificação, são adotadas soluções que envolvem modernização de equipamentos, de instalações e iluminação, além de um severo acompanhamento do consumo de energia, para que o dono da padaria perceba qualquer variação no custo da energia.

Na estrutura de uma padaria, os fornos são os equipamentos que mais consomem energia. Mota lembra que quando fez o projeto na sua própria padaria, a troca de alguns equipamentos foi sugestão do programa. "A troca do forno elétrico para gás foi feita em função do projeto, além de um novo desenho para iluminação", observa. 

De acordo com Dulio Mota, embora a maioria dos equipamentos da sua padaria seja a gás, o uso do forno elétrico continua necessário. "O problema do equipamento a gás é qualitativo. Na minha opinião, produtos de confeitaria e pães doces não ficam bons em equipamentos a gás", constata.

O momento dos maquinários é de transformação. Segundo Wargas, o Brasil está passando por um processo de normatização dos seus fornos de padaria em uma parceria do Sebrae com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), para melhorar a eficiência dos fornos de padaria. 

"Há dez anos estive na Alemanha e visitei padarias que já tinham um patamar tecnológico muito superior ao nosso, o que lhes dava uma produção melhor. Ainda temos muito a ganhar na redução de energia com sistemas de iluminação e com equipamentos auxiliares", arremata.


Fonte: Procel Info

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tarifa de energia elétrica calculada a partir do consumo em horários diferenciados só deve ser aprovada em 2012

Brasília - A resolução que estabelece a implantação de medidor eletrônico para permitir a cobrança de tarifas de energia elétrica diferenciadas de acordo com o horário de consumo deverá ser aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) só em 2012.

A audiência pública sobre a proposta da Aneel foi encerrada em janeiro e a previsão era que a votação ocorresse em maio deste ano, mas contribuições ainda estão sendo avaliadas pela área técnica da agência e não há previsão de deliberação da matéria.



A cobrança de tarifas diferentes conforme o horário, que já é adotada no serviço de telefonia, vai possibilitar que os consumidores residenciais controlem melhor o uso da energia elétrica, evitando a utilização de alguns tipos de aparelhos em horários em que a tarifa é mais cara. Também poderá evitar a sobrecarga do sistema elétrico nos horários de maior consumo. Segundo a proposta da Aneel, as tarifas de energia devem se divididas em pelo menos quatro horários e os valores da energia devem ser informados ao consumidor.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Aneel deve exigir das concessionárias investimentos de infraestrutura para atender à demanda e não cobrar a mais do consumidor pelo uso da energia no horário de maior consumo. “A intenção da proposta é interessante, porque obriga o consumidor a racionalizar a energia e utilizá-la de maneira inteligente nos momentos em que tenha maior demanda, mas o Idec é contrário a qualquer tipo de aumento na tarifa”, diz a advogada da entidade, Mariana Ferreira Alves.

Ela avalia que é preciso uma política de descontos na fatura para quem usa a energia em horários alternativos, e não cobrar mais caro de quem utiliza quando a demanda é maior. “Até porque há pessoas que trabalham o dia inteiro e só pode tomar banho naquele horário. Ela não pode ser punida com uma tarifa mais alta.”

Na Câmara dos Deputados, um projeto de lei do deputado federal Weliton Prado (PT-MG) proíbe as concessionárias de energia elétrica de cobrar tarifas diferenciadas por horário do consumo, mas permite que as empresas concedam descontos para quem reduzir o consumo em horários de pico. O projeto tramita em caráter definitivo na Comissão de Defesa do Consumidor, mas antes da decisão dos deputados deve ser realizada uma audiência pública sobre o assunto.

Além da cobrança diferenciada, a instalação de medidores eletrônicos de energia vai permitir que os usuários tenham acesso a informações sobre o consumo e o fornecimento de energia e possibilitar a comunicação remota entre consumidor e distribuidora. O prazo para a implantação dos novos relógios de medição pelas distribuidoras deverá ser de 18 meses depois da publicação da resolução. 

(Agência Brasil)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Economia verde – O roteiro da eficiência energética

Economia no aquecimento elétrico equivale a 174 usinas como Itaipu


Inovações tecnológicas que melhorem a eficiência de aquecedores residenciais, motores de carros e caldeiras industriais podem garantir uma boa economia de energia, de acordo com o relatório A grande transformação tecnológica verde, publicado em julho pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.

Um aumento da eficiência de aquecedores elétricos em 7%, por exemplo, poderia evitar a perda de 54 exajoules, ou 15 milhões de gigawatts-hora (GWh) – uma economia equivalente a 174 vezes a produção anual da Usina de Itaipu, que disputa com a hidrelétrica de Três Gargantas, na China, o título de maior geradora mundial de energia hidráulica. 

O aquecimento residencial corresponde a quase 50% dos gastos com energia na Europa, continente em que alguns países enfrentam até seis meses de inverno rigoroso.

O documento informa, ainda, que a redução do uso de energia para equipamentos industriais, eletrodomésticos e automóveis é tão importante quanto o aumento na participação das fontes limpas na matriz energética. 

Mas o estudo é enfático no alerta sobre o efeito ricochete (ou rebote) – a utilização no consumo do dinheiro economizado com o aumento na eficiência energética. É preciso que os países, inclusive aqueles em desenvolvimento, adotem medidas que previnam o efeito rebote. 

O relatório está disponível em un.org.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Prédios ecoeficientes da Petrobras geram economia de R$ 10 milhões

                  Prédio da Universidade Petrobras, no Rio, usa energia solar para aquecer a água

São Paulo – A Petrobras deve economizar até o final deste ano cerca de 10 milhões de reais nos gastos com energia elétrica de seus edifícios. O corte de custos é alcançado graças a um projeto de eficiência energética implementado em 2010. No ano passado, a economia nos prédios da estatal chegou a 3,7 milhões de reais. 

O modelo de gestão funciona em três frentes: suprimento de energia renovável e limpa, eficiência energética, automação e manutenção de sistemas. Segundo nota à imprensa, até 2015, a companhia destinará 1,2 bilhão de dólares (2,9 bilhões de reais) para eficiência energética e pesquisa e desenvolvimento, entre outras medidas de ecoeficiência.

“Em um dos prédios da Petrobras, por exemplo, conseguimos reduzir o consumo de energia em 15% apenas com a eliminação do desperdício e monitoramento dos gastos. Esta ação nos deu um retorno de aproximadamente R$ 600 mil”, afirma Marcelo Ivan Pereira, coordenador de Eficiência Energética Predial da Petrobras. O objetivo é atingir uma economia de até 40% em todos os prédios da companhia.

Para aumentar a eficiência energética, a empresa usa um sistema de energia solar para aquecimento de água em três prédios no Rio de Janeiro. No Edifício Cidade Nova, ocupada pela Universidade Petrobras, a iniciativa aquece até 23 mil litros de água por dia para o restaurante do prédio. Para garantir a qualidade e eficiência do novo modelo, as instalações de energia elétrica e água dos edifícios são monitoradas por um sistema online.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

As mudanças no consumo de energia através da smart grid

Fonte: Portal Fator Brasil

Por Reginaldo Gonçalves*

Smart Grid ou, em português, redes inteligentes, trata-se de um conjunto de tecnologias e de novas regulamentações governamentais, comumente atrelado ao consumo de energia elétrica, que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário mundial. 

Apesar de suas múltiplas possibilidades de aplicação, o conceito de Smart Grid ganha destaque ao proporcionar um novo jeito de olhar para o consumo de energia. 

Você já pensou em abastecer seu veículo elétrico em pontos de abastecimento espalhados pela cidade e através de um número ou código, esse consumo vai direto para a sua conta de energia? Ou ainda ter informações reais do seu consumo de energia em cada hora do dia, possibilitando ter mais controle sobre o consumo e tarifas diferenciadas? 

Em um primeiro momento, a smart grid inicia sua configuração com a instalação de medidores de energia elétrica inteligente – muito mais complexos que os leitores de consumo conhecidos hoje no mercado. Os medidores inteligentes são uma via bidirecional entre a concessionária e o consumidor final pois, com eles, a concessionária terá em mãos uma série de informações antes impossíveis de serem obtidas com os medidores comuns. Um exemplo disto é a possibilidade de saber que em determinado horário do dia foi consumido mais ou menos energia em cada casa, tornando o serviço mais inteligente e customizado. 

Neste caso, o avanço tecnológico proporcionado pela Smart Grid traz em si, também questões éticas. Se, por um lado, ganhamos poder por meio do controle do uso da energia, de forma econômica e inteligente, do outro há um entrave, uma questão cultural que precisa ser muito bem discutida no Brasil. Com os medidores inteligentes as concessionárias terão em mãos informações em tempo real dos consumidores, tais como: o horário que há mais pessoas nas casas, quantos aparelhos de televisão estão ligados, quantos banhos foram tomados. O governo, junto às concessionárias, terá que encontrar uma saída para essa questão: manter a privacidade do consumidor pensando até que ponto esse verdadeiro “big brother elétrico” pode ir, sem deixar de garantir ao consumidor que essas informações não serão usadas de forma inadequada. 

Falando ainda nas tecnologias que envolvem a Smart Grid, a automação, seja ela industrial, predial, residencial, de sistemas elétricos, é outro elemento fundamental que, integrado ao medidor inteligente, será capaz de programar diversas tarefas. Em um simples exemplo: programar a máquina de lavar roupa para que ela funcione às 3h da manhã porque nesse horário a tarifa é mais barata. Fora do País esse conceito é conhecido como Building Manager Energy, ou seja, gestão de energia em edificações. 

Ainda dentro do segmento de automação, podemos abordar outro conceito: resposta à demanda. Este conceito consiste no controle da energia conforme o consumo da usina. Em outras palavras, em horários de pico - de 18h às 20h (horário em que as pessoas saem do trabalho, chegam em casa e tomam banho) – as empresas ou demais edificações e residencias poderiam diminuir seu consumo interno em determinados equipamentos, desta forma as usinas de energia e empresas de distribuição poderiam canalizar toda a energia para onde ela fosse mais exigida. Nesse período, os clientes pré-estabelecidos em contrato poderiam por exemplo diminuir ou parar o consumo de ar condicionado de seus corredores ou reduzir e desligar iluminações de corredores ou áreas que não fossem essenciais. 

Outra possibilidade dentro da tecnologia da automação é a geração distribuída de energia, ou seja, os clientes poderiam ao invés apenas de consumir energia, também gerar energia limpa para seu consumo e fazer com que a energia excedente possa ser redistribuída. Uma casa poderia ter painéis de energia solar em seu telhado e alternar seu consumo entre energia solar e energia convencional, e assim a sua produção excedente de energia ao fim do mês poderia ser “vendida” para as concessionárias. 

Estas são algumas das aplicabilidades da Smart Grid. É evidente que ainda temos muito a percorrer se comparado a países como EUA, China, Japão e Europa, que já possuem diversos sistemas implantados e estão com o conceito muito mais desenvolvido. Entretanto, o Brasil, em relação a esses países, tem um diferencial muito grande: a energia que geramos aqui é em sua grande maioria energia “limpa”, vem de nossa extensa bacia hidrográfica, enquanto outros países utilizam carvão, energia nuclear e energia termoelétrica para suprir o seu consumo. 

Há quem possa dizer “mas com isso vamos precisar de mais usinas” - e, consequentemente, haveria um grande desequilíbrio ambiental com desmatamentos, alagamentos de regiões, mudanças de curso de rios, desapropriações etc. Porém, a ideia do Smart Grid é justamente o contrário: com o consumo de energia inteligente e eficiente, não precisaríamos mais de tantas usinas, mesmo com o iminente aumento do consumo da energia, o país passaria a consumir a energia de forma mais eficiente evitando principalmente os desperdícios. 

No Brasil, esse conceito começa a engatinhar: A ANEEL ainda está em fase de regulamentação e testes com os medidores inteligentes junto a projetos de P&D com as concessionárias de energia. Por isso, acredito quem em cinco anos já teremos uma base sólida de medidores instalados, o que, consequentemente, puxará a implantação e a automação de sistemas elétricos e o gerenciamento de energia (predial ou residencial). Antes disso, enfrentaremos grandes desafios, como a regulamentação já citada e a infraestrutura de comunicação para que o sistema funcione de forma adequada, uma vez que nosso sistema de transmissão elétrico é relativamente antigo com mais de 30 anos e praticamente não dispõe de uma rede adequada de comunicação. São questões que devem ser discutidas. 

*Reginaldo Gonçalves é gerente de produtos da NetService.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mais luz para os jogos

Fonte: O Globo

Brasil - Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, alguns estádios passam por um processo de renovação, já que precisam atender a um nível maior de luminotécnica devido às transmissões na TV, especialmente os que terão campeonatos de futebol. 

                                    Maracanã - Rio de Janeiro

Já em outras arenas, será necessária uma verdadeira revolução para se adequar aos padrões internacionais.

Instalações esportivas requerem um sistema de luz que deve ser durável e com alto nível de iluminação no campo, sendo o mais eficiente e econômico possível. 

Em todas elas, tecnologias de última geração estão sendo implantadas, como lâmpadas de LED ou de multivapores metálicos de 1.500W e 2.000W, estas últimas as mais comuns atualmente.


Estes produtos se mostram boas opções por atender aos requisitos mínimos de iluminamento da Fifa e do COI, órgãos muito exigentes em relação aos padrões que temos hoje no Brasil. 

As soluções disponíveis possuem qualidades como: 

- Eficiência luminosa (lm/W), de modo a reduzir o consumo de energia com mesma quantidade de luz disponível em comparação às tecnologias anteriores;

- Durabilidade, evitando trocas frequentes de produtos e gasto excessivo com isso;

- Bom índice de reprodução de cor, garantindo, assim, maior fidelidade nas transmissões televisivas;

- E, por fim, maior compactação, facilitando a focalização e o aproveitamento da luz no campo.

Parece ser fácil escolher o material utilizado na confecção das novas arenas. 
Ainda assim, ao determinar e aplicar os equipamentos luminotécnicos, é fundamental que os instaladores tomem certos cuidados.

É imprescindível que sejam verificadas as características de uso do local (qual esporte ele abrigará), tendo em mente a finalidade para que aquele lugar seja usado no futuro (dando margem para uso em shows, por exemplo) sem descartar a importância do evento principal. 

No caso da iluminação dinâmica e em fachadas, podemos ainda dar um destaque maior ao uso dos LEDs.

Com a mudança de cores e o dinamismo desta solução, é possível promover movimentos e ambientes totalmente novos, dando ainda mais destaque ao show não apenas em termos de eficiência. 

Optando-se pelas soluções corretas, os grandes eventos no Brasil não serão um espetáculo apenas dentro de campo, mas algo a ser apreciado por nós em todas as circunstâncias.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Em busca de novas normas para auxiliar implementação da IS0 - 50.001


Estados Unidos - Discutir as propostas de novas normas para auxiliar na implementação da IS0 50.001, sobre Sistema de Gestão da Energia. 


Este foi o objetivo da Plenária Internacional da ISO (International Standards Organization) do Comitê Técnico 242, que trata de Gestão da Energia. 




A plenária, que aconteceu de 30 de outubro a 4 de novembro no MClean, em Virgínia (EUA), contou com 878 delegados de 21 países. 

Entre eles, o engenheiro George Alves Soares, assistente da Diretoria de Transmissão da Eletrobras.

A plenária apresentou as seis propostas existentes de novas normas. 

O Brasil lidera os trabalhos da proposta de norma para Indicadores de Desempenho. O Brasil divide a secretaria deste CT com os EUA e é responsável pelo andamento dos trabalhos. 

Para a Eletrobras, a implantação da ISO 50.001 é importante tanto pelo lado de consumidora como pelo de gestora do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica).